Aos designers e arquitetos de informação, profissionais de HCI em geral, recomendo a leitura do artigo Implementing a Pattern Library in the Real World: A Yahoo! Case Study.
Um estudo de caso muito interessante e detalhado sobre uma situação incomum para nossos ouvidos brasileiros…o Y! possui diversas unidades de produção, cada qual (veja só!) com seu próprio time de HCI. Com essa produção descentralizada, era de se esperar que houvessem soluções de interface distintas para problemas comuns em diferentes grupos.
Para resolver essa inconsistência, alguns profissionais de usabilidade Y! resolveram criar uma ‘biblioteca’ de soluções de interface…padrões de interface que pudessem ser seguidos pelas próprias equipes de desenvolvimento.
Quem trabalha com empresas grandes sabe como é difícil manter a consistência dos produtos ao longo do tempo. Imaginem uma empresa com a quantidade de produtos e com o tempo de estrada do Yahoo! Por isso vale a pena ler o artigo, que explica com riqueza de detalhes todo o processo realizado.
Uma aula não só de design de interface, mas principalmente de processo de trabalho, envolvendo técnicas de ‘design centrado no usuário’. Os “clientes” participaram desde o início do processo…uma mostra de como a pesquisa aplicada é fundamental para qualidade do produto.
Leia! :-)

Pra quem não sabe, estudo bandolim na Escola Portátil de Música há algum tempo.
Nesse final de semana a EPM encerrará as atividades desse semestre, com uma programação musical variada ao longo da manhã e da tarde de sábado. A programação vai das 9h às 16h.
As apresentações serão neste sábado, 2 de julho, na UNI-Rio, no Campus da Praia Vermelha, onde fica a escola de música. Tem estacionamento próprio, logo depois da pracinha que é a entrada de pedestres…a entrada do estacionamento e’ colada no ponto de ônibus.
Há controvérsias sobre o endereço…encontrei informações distintas: Av. Pasteur, 436 e Av. Pasteur, 458 – Urca. Mas não tem muito erro…basta perguntar pela UNI-Rio na Urca. Fica depois do campus da UFRJ e depois da CPRM.
Segue a programação (sujeita a alterações) desse final de semana.
9h
alunos de composição
alunos de bandolim
alunos de flauta
alunos de clarinete
alunos de sax
grupo de pandeiro
duo de percussãoRegional Os companheiros
Regional Los Cariocas
Regional do Ricardo 7 cordas
Regional da Joana da Flauta
Regional do Mateus do Bandolim
Regional da Maria Souto12h
Bandão da Escola Portátil de Música14h30m
Camerata Escola Portatil de Música
Professores
Furiosa Escola Portátil de Música
Bom, deixa eu tentar explicar mais ou menos algumas coisas.
APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS
Durante a primeira parte da manhã, as turmas de cada instrumento devem apresentar 2 ou 3 números. Não sei se vão ser apresentações simultâneas em salas separadas, mas acredito que não…deve ser essa a seqüência de apresentações, conforme descrito acima.
REGIONAIS
Os Regionais são os clássicos grupos de choro, com formação variada, entre 5 a 10 componentes. Os instrumentos básicos são violão (6 e/ou 7 cordas), cavaco, algum instrumento de solo, que pode ser sopros (flauta e/ou clarinete e/ou trombone entre outros) ou bandolim, e ainda a parte de percussão (geralmente pandeiro).
Cada regional deve apresentar 2 ou 3 músicas, se não me engano. É a parte mais intimista da programação, e deve ter muita coisa legal pra assistir.
BANDÃO
Ao meio-dia, tem a apresentação do Bandão, que basicamente são 80% dos alunos da escola reunidos. Aí tem de tudo…violões, cavacos, bandolins, pandeiros, caixa, contrabaixo, flautas, clarinetes, trompete, trombone, saxofone, acordeon, sanfona e mais o que pintar. No repertório, músicas de Pixinguinha, Maurício Carrilho, Antonio Callado, entre outros.
A última parte da programação é o ponto alto.
CAMERATA EPM
Grupo de cordas (violão, bandolim, cavaco, contrabaixo). Não assisti nenhum ensaio, mas pelo que me contaram, deve ser bem legal.
PROFESSORES EPM
As feras que nos ensinam vão dar uma canja. Só isso já vale a tarde! Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Pedro Amorim entre outros vão dar uma palhinha do seu talento para o público. Não é pouca coisa não…
FURIOSA EPM
Essa é a “nata”, os melhores alunos da Escola juntos em uma banda “furiosa”. Recentemente se apresentaram na Sala Baden Powel, tocando choros de Guerra Peixe. Não sei se vão repetir o mesmo repertório, mas com certeza vem coisa boa por aí.
Embora meu desempenho mediano não permita que eu apresente um número solo, faço parte do “bandão” da escola e também da turma de alunos de bandolim. No meio do grupo, camuflado por tantos instrumentos, garanto que se eu errar alguma coisa ninguém vai reparar! ;-)
A entrada é franca, e a música farta. Aproveitem o sábado com uma programação diferente, em um local muito agradável e com o melhor da música brasileira.
Levem os filhos, os pais, os netos, os vizinhos. :-)
Mais sobre a Escola Portátil de Música aqui:
http://www.escolaportatil.com
Finalmente saiu a lista de artigos aprovados no 3º Congresso Internacional de Pesquisa em Design -Brasil 2005 (clique aqui para ver o site do congresso).
Fiquei surpreso com a variedade de temas dos diversos artigos selecionados. A produção acadêmica e a pesquisa aplicada na área de Design têm crescido bastante nos últimos anos. Parece que estamos finalmente chegando na maturidade acadêmica…o desenvolvimento do Design se deu por muito tempo pela prática, pelo aprimoramento do “fazer”, mas nos últimos anos temos avançado também na construção de um corpo teórico próprio, aumentando a reflexão sobre nossa praxis.
A boa notícia é que meu artigo foi aceito! Em outubro devo apresentar-me no congresso. O título do artigo é Narratividade e interatividade no contexto da World Wide Web e a possibilidade de reconstrução da experiência coletiva.
Sintam-se convidados a assisitir o congresso. Mais informações aqui.

Esse ano, não teve jeito. Lá fui para a Bienal do Livro. Apesar de ser avesso a eventos dessa magnitude – enormes, sempre cheios de gente, sempre cansativos – com a perspectiva de ter descontos por ser professor, e precisando de livros para ampliar minha biblioteca e consequentemente meu conhecimento, acabei indo parar no distante Riocentro.
O saldo foi positivo na biblioteca e negativo no cartão de crédito! Tudo bem, descontos de 50% no stand da TASCHEN não dá pra ignorar…mas o problema é exatamente esse! Não dá pra deixar passar tanta coisa boa! Livros e mais livros que eu desejava, songbooks, livros sobre a história do samba, livros de design gráfico, passando por estudos sobre cibercultura…foram mais de 10 livros em 8 horas de maratona.
O que achei interessante do dia foi perceber que tinha MUITA gente que estava ali realmente só a passeio. Famílias que andavam por ali como se estivessem num parque, no shopping center, em qualquer lugar…um passeio como outro qualquer, sem sequer um livro comprar. Como eles conseguiam? Eu confesso não teria condição de resistir a tantas tentações, passar ileso por stands com livros tão bacanas.
Meus destaques:
Stands para babar e chorar por saber que mesmo o cartão tem limites!
Ufes publica edital de concurso público para o cargo de professor. As inscrições já estão abertas para os cargos de professor adjunto e assistente! Leia o edital na íntegra aqui.
Para aqueles que curtem quadrinhos, está chegando às telas, com grande repercussão, a versão cinematográfica de Sin City.
Gibi muito acima da média, Sin City tem uma estética incomum, todo em preto e branco, trabalhado em auto contraste, sem tons de cinza. O ritmo da história e a diagramação dos quadrinhos são excepcionais. Coisa de gênio.
Para se manter o mais fiel possível à estética do gibi, o diretor Robert Rodriguez utilizou fotografia P&B, contrastada ao máximo, com aplicação de cor em elementos específicos da tela – exatamente como no gibi. A caracterização dos personagens foi a mais fiel possível à versão dos quadrinhos, e muitas cenas do filme parecem ser tiradas diretamente dos desenhos da história original.
A vantagem de se trabalhar com quadrinhos de Frank Miller é exatemante essa…a narrativa é quase cinematográfica, o próprio gibi funciona como um storyboard, indicando movimentos de câmera, ritmo, enquadramentos cinematográficos. Um espetáculo para os olhos.
A cabeça por trás dos quadrinhos é Frank Miller, o homem que revolucionou a estética e a indústria dos quadrinhos nos últimos anos, a partir de seu trabalho com o Demolidor (DareDevil) e a saga de Elektra e o grande marco “Batman, o cavaleiro das Trevas”. Aliás, arrisco-me a dizer que o mundo dos quadrinhos divide-se em antes e depois d’O Cavaleiro das Trevas, que juntamente com Watchmen, fizeram com que o univeso dos gibis passasse a um outro nível, que em nada deve à literatura. A era das Graphic Novels consolidou-se a partir dos trabalhos de Frank Miller em Dark Knight Returns (Cavaleiro das Trevas) e do Watchmen de Alan Moore, repercutindo na indústria de entretenimento como um todo, haja visto o número crescente de filmes baseados em gibis lançados nos últimos anos.
Vale lembrar que o cinema já havia flertado com esse universo anteriormente, sem muito sucesso…mesmo o Homem Aranha, um feliz exemplo da recente aproximação entre gibis e cinema, teve uma versão ridícula na telona nos anos 80, baseada numa série de TV de pouca expressão. E que dirá o Hulk, o antigão? Acho que a única adaptação dos anos 80 que teve algum sucesso foi Conan, há anos atrás, e SuperHomem, que teve roteiro do “Poderoso Chefão” Mario Puzo, no final dos anos 70.
Graças ao apelo visual, estético e narrativo dos gibis atuais, hoje já vemos bons resultados de adaptações para a telona, como o Homem Aranha, os X-Men.
Curiosamente, Batman que deu início a nova safra de adaptações, ainda não teve um filme à altura da complexidade psicológica do personagem, tão bem explorada por Miller…parece que em breve virá um novo filme, descolado dos Batmans anteriores, que apesar de serem divertidos, nada têm a ver com o Batman-pós-Cavaleiro-das-Trevas. Essa nova versão pretende ser mais fiel ao Batman de Frank Miller.
Vale destacar ainda a adaptação do Quarteto Fantástico, cujo trailler já está na Internet há algum tempo.
A temporada de filmes para fãs de gibis está ótima!
Mas sem dúvida nenhuma, NADA se compara a Sin City. Pode esperar que vem chumbo grosso por aí. É bem possível que realmente Robert Rodriguez consiga a proeza de ditar novos padrões estéticos para o cinema comercial. Li em algum lugar que a versão para o cinema poderá ter um “efeito Matrix”. Os filmes passaram realmente a copiar escancaradamente alguns dos elementos de Matrix. Acredito que o resultado de Sin City seja tão forte que poderá realmente contaminar muita coisa que venha depois.
É esperar pra ver!

Quem nasceu na década de 70 e assistia televisão quando pequeno deve lembrar do Globinho, programa infantil que em nada se parece com os atuais. Apresentado pela Paula Saldanha (uma musa para mim naquela época, sem o doentio apelo sexual das Xuxas de hoje em dia), o programa conseguia ser o único que ia ao ar sem censura prévia em plena ditadura militar.

Paula Saldanha, minha musa de infância e o Macaco Loyola, co-apresentador do programa.
Com uma equipe de repórteres-mirins espalhada pelo país (que luxo!), o programa apresentava temas que poderiam ser considerados polêmicos, especialmente levando-se em conta a audiência infantil e o clima de repressão que existia então…ao contrário de hoje, o programa procurava levar as crianças a refletirem sobre a realidade na qual estavam inseridas. Hoje parece que os programas querem desligar as crianças de qualquer realidade…
Talvez o que a maioria das pessoas se lembre mesmo seja dos desenhos animados que eram exibidos no programa. Mio e Mao, Vermelho e Azul, Barbapapas, a Linha…uma infinidade de animações divertidas, em geral sem diálogos – o que derrubava barreiras de línguas internacionais. Animações que até hoje provavelmente seriam consideradas “topo de linha” em matéria de qualidade e criatividade.

Mio e Mao, dois gatinhos feitos com massa de modelar, animados em ‘stop motion’.

A Família Barbapapa. Que diabos é um Barbapapa?
Dessas animações, a que eu mais gostava e da qual me lembrava bem até hoje era A Linha. Um simpático personagem, desenhado com poucos traços e com uma expressividade impressionante se metia nas maiores confusões interagindo com seu autor.
Hoje meu irmão me passou o endereço de um site com vários episódios d’A Linha disponíveis para download!! Revendo o desenho eu revivi momentos da minha infância. Expressões do personagem que estavam vivas até hoje na minha memória tomaram força e me fizeram rir que nem garoto ao assistir o desenho.

A Linha (La Linea). Traço simples mas muito expressivo.
O mais engraçado é que vi que A Linha é italiana! Não precisa dizer nada, só o jeito do personagem falar e gesticular já entrega a origem italiana! É hilário.
Vale conferir o site e baixar alguns vídeos!
Para saber mais sobre o Globinho, visite o site InfanTV e também o Memory Chips, dos quais tirei algumas dessas imagens.
Mais sobre A Linha, busque no Google por La Linea e Osvaldo Cavandoli.