quinta-feira, 4 de maio de 2006

Tipografia e ovelhas

Há algum tempo sou representante do Departamento de Desenho Industrial da UFES no sistema de Bibliotecas da universidade. Como tal, sou responsável por cadastrar duzentos livros no sistema de pedido de compras, e ver o andamento das aquisições de vez em quando.

Por conta disso, nas minhas investigações no acervo online da biblioteca, encontro coisas curiosas, como livros que aparecem quando faço uma busca por assunto com a chave ‘design’, mas não aparecem quando faço a busca por assunto com a chave ‘desenho industrial’. Nada que uma conversa com a bibliotecária responsável pela catalogação não resolva…aquele velho problema, poucos funcionários, muitos estagiários fazendo serviço que deveria ser de um profissional formado.

Mas o melhor mesmo foi hoje, quando ao procurar as novas aquisições, busquei pelo livro Stop Stealing Sheep and find out how type works, do Erik Spiekermann (Metadesign). O livro foi comprado! Mas…encontra-se no campus de Alegre, em outra cidade! O equivalente à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O campus de Ciências Agrárias.

Provavelmente quem fez a catalogação olhou o título, olhou a ovelha na capa e não teve dúvidas: vai para o pessoal da Veterinária e Zootecnia!

Isso não seria um problema tão grande se o campus não ficasse literalmente em outra cidade, no interior do Espírito Santo! Quem quiser consultar o livro, deve pegar um ônibus e esperar de 2 a 3 horas para chegar no local.

E torcer para não ter algum aluno de veterinária estudando tipografia!

Stop stealing Sheep
A ovelha tipógrafa enganou a bibliotecária

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domingo, 30 de abril de 2006

R-Design

Ao longo deste final de semana, ocorre o RDesign, encontro regional dos estudantes de design do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais. O evento, totalmente organizado pelos alunos, discute o tema “Ecos do sistema”, uma reflexão sobre design e desenvolvimento sustentável.

Um dos ilustres convidados, que fez uma palestra interessantíssima, foi o Pedrão, figura ímpar na história do design brasileiro. Além de ser uma pessoa extremamente lúcida, aberta ao debate, e estar constantemente refletindo sobre a prática e o ensino do design, Pedrão é uma figura super agradável, um bom papo. Foi meu professor na esdi, e sem dúvida é uma referência lapidar na minha formação.

Pedrão
Pedro Luiz Pereira de Souza, o Pedrão, durante sua apresentação no RDesign 2006, em Vitória-ES.

Além da palestra, fui brindado com a oportunidade de conversar alguns dias com Pedro, sempre um momento muito rico em reflexão e também diversão garantida!

auditório
Auditório cheio durante as palestras!

Farei parte como mediador da mesa de debate de encerramento do evento, junto com Pedro, Ripper e Norma Menezes. :-)

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sábado, 22 de abril de 2006

São Pixinguinha

Pixinguinha

Há 109 anos, no dia 23 de abril de 1897, nascia Alfredo da Rocha Vianna, que o mundo viria a conhecer por Pixinguinha. O nascimento de Pixinguinha marca o dia nacional do Choro, estilo genuninamente brasileiro e que o gênio da flauta e do sax ajudou a consolidar e de certa forma revolucionar. Quando a saúde impediu Pixinguinha de continuar tocando flauta, instrumento no qual tornou-se um mestre sem igual na história da música brasileira, passou ao saxofone. E neste instrumento consolidou o contraponto como sua marca registrada, dialogando com outros instrumentos de solo de forma tão genial que muitas vezes brilhava mais que o próprio solista nas músicas. No site da Acari Records encontramos a seguinte afirmação: “segundo Brasílio Itiberê, o contraponto feito por Pixinguinha é ‘um dos elementos mais complexos e de maiores consequências estéticas que existe na música brasileira’.”

Pixinguinha foi também um dos primeiros arranjadores, sendo requisitado por muitos estúdios. Maestro, compositor, instrumentista…o legado de Pixinguinha é eterno e sua estrela brilha com tamanha força na constelação da música brasileira, que ele é carinhosamente chamado de São Pixinguinha.

Saiba mais sobre a obra do “santo” no site Dicionário Cravo Albim de Música Popular Brasileira.

Parabéns ao Pixinguinha, no dia de seu aniversário!

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sexta-feira, 7 de abril de 2006

Concurso para professor da UFES

Estão abertas as inscrições para o concurso para professor do curso de Design, na UFES. Interessados, cliquem aqui e abram o PDF com o edital. A vaga é para o quadro permanente!

Existem outros editais no site da UFES, para concursos de professor em diversas áreas. Visite e veja se tem algum de seu interesse. O site é ruim a beça, mas se esforçando você consegue encontrar as informações. Estão dispostas na página inicial, pelo menos hoje, no dia desse post!

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sexta-feira, 7 de abril de 2006

Referências em Design da Informação

Atualmente participo de um outro blog, focado em design para Internet, organizado pelo meu amigo Felipe Memória.

Como tem gente que não vai lembrar de visitar o site de vez em quando, vou começar a fazer post casado, como diz o Jampa. Lá vai:
——-
Lendo o post do Saddi sobre ‘User Model Diagram’ do Flickr, percebi que há uma certa dificuldade em entender o diagrama apresentado. De fato, o diagrama (que não analisei) parece a primeira vista um pouco confuso.

Sem entrar no mérito desse diagrama em si, a discussão me pareceu oportuna para indicar alguns livros que considero fundamentais para quem tem interesse nesse tipo de trabalho, que busca apresentar dados complexos, processos, através de diagramas, gráficos e coisas semelhantes. É o que chamamos de Design da Informação – ou Information Design, para os que só sabem falar termos em inglês ;-)

Minha dica é começar por um pilar nesse assunto, o Sr. Edward Tufte, um papa do design da informação, com livros publicados nessa área há mais de 10 anos.

Sugiro:

Além desses, tem um livro bem interessante, talvez menos denso, mas repleto de exemplos bacanas e elucidativos:
Information Graphics: Innovative Solutions in Contemporary Design

Outro que não conheço, mas que tive a oportunidade de assistir uma palestra do autor, Sr. Paul Mijksenaar:
Visual Function : An Introduction to Information Design

Paul Mijksenaar é o autor de uma série de projetos de sinalização bem sucedidos, como o do areporto Schiphol, em Amsterdã (veja o projeto aqui). Tive a oportunidade de ver esse aeroporto, sem nunca ter lido nada a respeito do projeto de sinalização, fiquei encantado e tirei várias fotos. Anos depois soube que tratava-se de um projeto de sinalização conhecido por sua eficiência. Assisti sua palestra no 2º Congresso Internacional de Design da Informação, em 2005, e achei bem interessante. Acredito que o livro seja bom, mesmo que seja apenas uma introdução ao assunto.

Acho Design da Informação bem interessante, e tenho procurado tratar disso em sala de aula, na disciplina de projeto de sinalização que ministro atualmente. Claro que não dá para fazer muito mais do que apresentar o tema, mas já tive resultados bem interessantes dos alunos simplesmente por conta desse breve contato com o assunto.

Projetar diagramas, esquemas, gráficos não é nada fácil, e devo confessar que era uma das coisas que mais gostava de fazer quando trabalhava como designer/arquiteto de informação. Volta e meia tinha que criar um diagrama para explicar um processo ou a lógica de funcionamento de um novo produto e me divertia muito fazendo isso, apesar de nunca ter sido um infografista. Sou um designer que eventualmente projeta infográficos.

Tenho outras dicas de livros no minha lista da Amazon. Convido-os a conhecê-la!

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quinta-feira, 6 de abril de 2006

Formando designers

Durante esta semana e a próxima (de 6 a 13 de abril), ocorrerão as apresentações dos projetos de graduação do curso de Desenho Industrial aqui da UFES, do qual sou professor. Quatorze projetos, e consequentemente, quatorze alunos prestes a encerrar sua trajetória no curso de graduação, e adentrando a selva do mercado de trabalho.

É uma alegria muito grande saber-se parte desse processo, especialmente depois de ter participado ao longo de um ano (pelo menos) da gestação de um trabalho de conclusão de curso. Muitos dos alunos que foram meus orientandos eu sequer conhecia antes desse momento, de elaboração do projeto de graduação. A maioria estava na UFES há mais tempo do que eu, e nunca tivemos a oportunidade de trabalhar juntos antes. Outros poucos já tive a chance de conhecer, em uma disciplina que ministro desde que entrei no curso – projeto de sinalização.

O calendário de apresentações está disponível aqui. São diversos temas, trabalhos muito distintos que evidenciam a natureza plural de nossa profissão. Muitos assuntos diferentes, mas sempre tratados através da ótica de um designer.

É emocionante acompanhar o desenvolvimento dessas pessoas, desses alunos – muitos deles, colegas e futuros amigos. O amadurecimento não só do trabalho, mas das pessoas por trás deles, é claro para o orientador. E o momento da apresentação sempre é muito interessante, porque permite ao mesmo tempo recordar a trajetória, lembrar do ponto de partida e ver como o trabalho cresceu ao longo do tempo. Também é um momento rico pela participação dos outros colegas, professores membros da banca de avaliação, que em geral fazem comentários bem interessantes, muitas vezes nos despertando para perspectivas diferentes, pontos de vista para os quais não havíamos acordado, sugerindo desdobramentos, fazendo críticas e finalmente, promovendo o aprendizado não só do aluno que apresenta o trabalho, mas de toda a audiência – incluindo aí o orientador.

Fico feliz de participar da formação desses futuros designers, principalmente porque isso permite não só discutir uma profissão, mas um estar no mundo, despertar esses alunos para sua formação e seu papel como cidadãos que estarão futuramente influenciando e participando da construção (e espero, modificação) da realidade.

Para os que estão em Vitória, convido-os a assistir as apresentações. Elas ocorrerão no auditório do Centro de Educação Física da UFES. Aos que encontram-se distantes, convido-os para, ao menos, conhecer os temas que serão apresentados (clique aqui). Futuramente, teremos os arquivos disponíveis para download.

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terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Festival Nacional do Choro

Acabo de voltar do II Festival Nacional do Choro, realizado entre os dias 22 e 30 de janeiro. Um evento dedicado ao Choro, gênero musical genuinamente brasileiro de uma riqueza inexplicável.

roda de choro no Festival
Rodão de choro em uma das noites do festival. Um privilégio poder tocar em uma roda com “feras” como Luciana Rabello, Proveta, Maurício Carrilho, e Pedro Amorim.

Foi uma semana inteira de muita música, estudando das 9h às 18h, uma imersão total. De noite sempre ocorria um evento, show, roda…e, claro, ao final dos eventos oficiais a turma continuava reunida, em rodas de choro, samba e até forró. A bagunça durava invariavelmente até as 5 da manhã, tendo gente que se animava e literalmente virava a noite no samba. Uma festa em todos os sentidos!

No festival pude perceber que o choro está forte, mais forte do que nunca. Foram 247 inscritos de todo o Brasil e ainda estrangeiros vindos da França, Argentina e Estados Unidos. Diversos músicos de alto nível estão surgindo, além de pequenos fenômenos que mal completaram 18 anos e já despontam como exímios músicos e instrumentistas.

Sem dúvida uma semana inesquecível para quem participou, e um marco na história da música brasileira, graças ao talento, dedicação e espírito de Maurício Carrilho, Luciana Rabello e Pedro Aragão, “mentores” e organizadores desse evento.

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