mauro pinheiro

Povo que não lê

Há tempos ouvimos falar que o brasileiro não tem o hábito de leitura, que lê pouco, que não gosta de livros.

Desconsiderando o meu círculo de amizades, que em geral são pessoas que mantém uma relação constante com os livros – alguns chegam a ter paixão por eles – sempre acreditei que o brasileiro, de fato, era pouco afeito à leitura. Mas me faltava uma noção mais precisa da realidade.

Hoje recebi via email (pelo informativo eletrônico da ESDI) o resultado de uma pesquisa alarmante: mais da metade da população adulta sequer encosta em livros e cerca da metade dos brasileiros têm no máximo 10 livros em casa!

Como esperar que um país evolua, que tenha o mínimo de civilidade, se somos um povo não-leitor? A barbárie é inevitável num país de ignorantes, de massa-de-manobra, de vaquinhas de presépio.

Segue abaixo a cópia do texto do informativo.

Os pesquisadores George Kornis (Uerj) e Fábio Sá Earp (UFRJ) realizaram um estudo que indica que as famílias brasileiras com maior poder aquisitivo passaram a gastar de quatro a seis vezes mais com internet, celular e TV a cabo, do que com livros. Isso fez com que nos últimos anos tenha havido uma queda na vendagem de livros. A pesquisa foi solicitada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e revelou que as vendas no setor livreiro em 2004 regrediram ao patamar de 1991. Segundo os especialistas aconteceu um “retrocesso literário”. Segundo os dados de 2003 (os mais recentes disponíveis) do IBGE, da CBL (Câmara Nacional do Livro) e do SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) as informações relativas ao consumo de livros no Brasil é o seguinte:

• os 10% mais ricos são os principais compradores.
• 61% dos brasileiros têm pouco ou nenhum contato com livros.
• 17 milhões de pessoas declaram não gostar da leitura de livros.
• 47% dos brasileiros adultos dizem possuir no máximo dez livros em casa.
• per capita são lidos 1.8 livros por ano no país (índice baixo, considerando-se por exemplo os 7.0 na França).

Deus nos ajude!

Estampas Eucalol

Essa música, interpretada belissimamente por Xangai no histórico disco Cantoria, remete à minha adolescência, época de muito violão, quando os Cantorias tocavam sem parar no meu aparelho de som. Sempre gostei muito da música e achava a letra muito interessante, falando de um mundo mágico vivido provavelmente por um rapazote, que tinha nas estampas Eucalol seu passaporte para o universo da imaginação…na carona, eu ia junto, acompanhando suas aventuras com Teseu, Minotauro, Netuno, oceanos abissais. Mas que diabos eram as Estampas Eucalol?

De alguma maneira vim a saber que as tais estampas nada mais eram que figurinhas que acompanhavam um sabonete muito antigo, da época de meus pais e avós (de 1930 até 1957). Pela letra da música, percebe-se que as figuras remetiam à história do mundo, personagens mitológicos, heróis e coisas afins. Anos depois, o chiclete Ping Pong (ainda existe?) faria a mesma coisa, lançando os “Futebol Cards”. Mas os “heróis” dessa fornada chicleteira limitavam-se aos jogadores do universo futebolístico, que apesar do grande apelo popular no país, não permitia viagens pelo mundo da imaginação como seu antecessor. Ainda assim, o sucesso desses cards foi retumbante, e quem foi criança no final da década de 70 deve lembrar.

Somente hoje, navegando na Internet, descobri a história real das Estampas Eucalol. Vale a pena conferir, o assunto foi inclusive tema de uma exposição. Visite o site e veja você mesmo. Sabe-se a origem do sabonete Eucalol, e sabe-se ainda que a idéia das Estampas não foi nada original, sendo tão somente uma cópia, assim como anos mais tarde seria uma cópia o Futebol Cards.

O sabonete Eucalol, sucesso de vendas por causa das suas estampas colecionáveis.

De qualquer modo, o sucesso foi tão sério que existe até livro sobre a história das Estampas Eucalol! Samuel Gorberg é o autor, a editora é Códice, e o nome do livro, é claro, Estampas Eucalol. :-)

Livro sobre as Estampas Eucalol

Flickr+Yahoo!

O site de fotos pessoais mais bacana agora é parte do Yahoo! – já era há algum tempinho, mas agora os logins estão sendo unificados.

Pra quem ainda não teve o prazer, vale a pena conhecer a fundo o Flickr. Mais do que um mero repositório de fotos, o site permite associações diversas, classificações, agrupamentos. Informação cruzada e autogerada pelos usuários. Assim como o Del.icio.us, você pode associar ‘tags’ (ou palavras-chave) a cada foto. Sisteminha de indexação auto-gerado muito esperto.

Podem ser adicionadas notas dentro das fotos, podem ser adicionados comentários (como o Fotolog). E ainda por cima, está integrado com diversos blogs (movabletype, blogger etc.). Lista de amigos, favoritos, grupos…um mundo de associações possíveis.

Vale a pena conhecer. E se você tem um Y!ID, pode criar uma conta a partir desse login. Se você já tem um login no Flickr e quer associá-lo ao Y!, basta entrar no Flickr com seu login normalmente, e entrar nas opções do seu ‘account’. Lá tem uma opção de ‘merge’ com Yahoo. Simples e rápido.

Essa onda de classificação de conteúdo pelos usuários é uma boa…mas nem todo mundo está preparado pra usar essas coisas…o Orkut é um exemplo de boa ferramenta desperdiçada pelo uso em massa. Mas isso já é assunto pra outro post.

Duas Feiras Modernas?

Há uma outra Feira Moderna por aí, um blog que leva o mesmo nome que este.

As diferenças são muitas…a “minha” Feira está no ar há 5 anos, resistindo ao fim da primeira leva dos blogs e assistindo o surgimento da nova onda, os blogs corporativos. A “outra” feira surgiu há 2 semanas, dentro dessa nova onda (já nem é tão nova assim). A Feira daqui é desvinculada de qualquer instituição. A de lá, vinculada ao Jornal O Globo.

Fico curioso para saber mais sobre esses blogs corporativos, ou blogs “pessoais” ligados às empresas. No caso desses blogs do jornal O Globo, como se dá a relação com o jornal? Pode se falar de tudo? Tem censura? Os caras ganham $ pra isso? Por que chamar de “blog do fulano”, e não de “coluna do fulano”? Só pra dar uma bossa moderninha? Só pra não ter obrigatoriedade de atualizar dentro de um mesmo período de tempo? Conheço um pouco dos bastidores dos jornais online, mas confesso que para essas perguntas eu não tenho respostas, somente suposições.

Bom, de qualquer forma, a outra Feira pretende discutir “Tecnologia, design, internet e outras novidades”. Já a Feira daqui não tem pretensão alguma. É só o meu espaço na web, para fazer a mistura típica de todas as feiras. Apesar das atualizações cada vez mais raras, assim vamos levando desde 2000, abobrinha atrás de abobrinha. Há até quem se interesse! :-)

A web é grande para que existam várias Feiras Modernas. Sem crise. Mas antes de falar de uma Feira, veja bem a qual delas você se refere!

Concerto para Bangladesh

Relançamento precioso de um show histórico realizado em 1971, reunindo no mesmo palco feras como George Harrison, Bob Dylan e Eric Clapton. Foi talvez o primeiro grande show com objetivo de angariar fundos para causas beneficentes. A renda do show, do filme e do disco (álbum triplo) que foram feitos então, reverteu-se em ‘millions of dollars’ para UNICEF.

Filme e disco serão relançados nos dias 24 e 25 de outubro. Um box com 2 DVDs, um disco duplo, ambos com material inédito, e ainda uma edição mais-especial-ainda, com direito a livreto com fotos. Saiba mais clicando aqui.

A renda das vendas será, mais uma vez, revertida para UNICEF.

Eu quero!!!

2º Congresso Internacional de Design da Informação

Acabo de receber a lista dos trabalhos aprovados no 2º Congresso Internacional de Design da Informação. Com isso, confirmo minha presença não só na platéia, mas também apresentando mais um trabalho!

Esse congresso será em São Paulo, nos dias 8,9 e 10 de setembro de 2005. A lista de artigos é extensa e variada, o evento promete ser interessante.

Bom, nos vemos lá então.

Americanas.com

Recentemente a Americanas.com inaugurou uma nova ‘tab’ no seu site: Serviços Digitais, a saber, revelação de fotos digitais, download (pago) de músicas, download de ring-tones para celular.

Some-se a isso o fato de que há algum tempo estão também no mercado de Imóveis (?), em parceria com Cyrela.

Já deu pra perceber que a distância entre as Lojas Americanas e a Americanas.com está cada vez maior.

Me faz lembrar a Internet de alguns anos atrás, quando as empresas do mundo dos bits pareciam seguir nesse caminho, de “engolirem” seus pares do mundo dos átomos. Poucas vingaram. A Americanas, pelo visto, ainda tem muito poder de fogo pela frente.